Rayane foi a que sofreu menos ferimentos entre os envolvidos no acidente, apresentando um corte profundo na perna. No momento da colisão, ela foi lançada a alguns metros de distância.

A equipe médica entendeu que seria melhor que a sobrevivente não permanecesse no hospital, devido aos riscos de infecção. Ela foi levada para casa, onde se recupera.
“Lembro de tudo perfeitamente. Fiquei o tempo todo consciente. Eu tinha ido deixar meu filho na escola. Já não estava mais chovendo tanto. Quando encontrei com eles [os três atingidos], já estavam saindo daquele ramal do Lago do Amapá. Quando saímos ali da ponte, não deu mais tempo de desviar, frear ou fazer qualquer outra coisa, a caminhonete já vinha derrapando, de lado. Eu fui a segunda pessoa a ser atingida pelo carro”, relatou a vítima.

“Eu só tenho que agradecer a Deus, porque, se eu tivesse sido acertada de cheio, não sei qual seria meu destino”, acrescentou.
Rayane afirmou que ela e os demais atingidos não estavam em alta velocidade.
“Nós não estávamos em alta velocidade. Estávamos seguindo nosso percurso tranquilamente quando esse motorista entrou. É muito difícil, sabe? Porque pessoas morreram e eu estou aqui para contar a história. Eu tenho dois filhos. Saí de casa com um sonho, com planos de chegar inteira. Cheguei enfaixada, nos braços do meu irmão. Então, é uma situação muito difícil”, concluiu.

Rayane ainda mandou um recado ao motorista da caminhonete, identificado como Talysson Duarte, de 28 anos:
“Eu só peço que ele arque com o que ele fez, porque ele não destruiu só a vida de quatro pessoas, mas das famílias também, que tiveram que enterrar seus entes queridos. E se fosse eu a pessoa enterrada, quem cuidaria dos meus filhos?”.
O irmão de Rayane, ao chegar ao local do acidente, teria ameaçado o condutor da caminhonete, que fez o teste do bafômetro e foi liberado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).